Aconteceu 24/11, no Buffet Moreno's, em São Paulo, o Encontro de Confraternização de Implantados Adolescentes e Adultos. A Festa Contou com a Presença de 90 Implantados e Acompanhantes e Todo o Grupo de Próteses Implantáveis Hc-Fmusp.

Uma festa programada durante todo o ano - e organizada, com muito carinho pelo Grupo de Próteses Implantáveis HC-FMUSP e pela Fundação Otorrinolaringologia - aconteceu no dia 24 de novembro, quinta-feira, no Buffet Moreno's, em Pinheiros, São Paulo, reunindo implantados e o Grupo de Próteses Implantáveis HC-FMUSP.

"É um prazer estarmos aqui reunidos com todos vocês. Há mais de 20 anos, quando nosso grupo começou, não sabíamos que em 2016 chegaríamos aos 1.500 implantados e o implante coclear teria tantos acessórios para permitir uma audição melhor a todos vocês. É impressionante como houve a evolução da tecnologia e as empresas possibilitaram a melhoria das condições auditivas de todos. A nossa confraternização é para encontrarmos com todos que se propõe a estar conosco e a saber que o nosso grupo é perene. Então, todos vocês têm certeza de que na minha falta, serão atendidos pelo Dr. Koji; na falta da Valéria, serão atendidos pela equipe de fonoaudiólogas que trabalham sob a direção dela e também pelas nossas psicólogas. Nossa missão é trabalhar com vocês para o resto da vida. E, para isso, não há crise institucional que atrapalhe a nossa equipe. Vocês descobrem que vários grupos param de funcionar por falta de financiamento. Nosso trabalho não acontece assim. Nosso grupo está sempre atendendo vocês todos, por toda a vida!" , disse Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, na abertura do evento.

Dr. Robinson Koji Tsuji afirmou o compromisso com todos os presentes. "Temos trabalhado em conjunto com vocês e participamos de vários congressos e aulas internacionais acompanhando todo o desenvolvimento da cirurgia de implante coclear. Vocês me conhecem, mas o pioneiro desse trabalho é o Prof. Ricardo. Foi ele que acreditou na cirurgia de implante coclear e até desenvolveu o primeiro - e único - aparelho de implante brasileiro. Hoje, sabemos que até em surdez unilateral o implante é indicado por causa da qualidade do som que se escuta. E vamos começar a fazer também no HC. E para todos vocês que estão nos perguntando sobre a portaria do SUS, que permite o implante coclear bilateral, aviso que já enviamos todos os papéis que o Ministério da Saúde nos pediu. E não conseguimos a liberação ainda. Aproveitem nosso encontro e conversem com os fabricantes de implante coclear que estão aqui - Politec/Cochlear, Oticon Medical e Advanced Bionics para tirarem as suas dúvidas e, aproveitem a palestra da nossa fonoaudióloga Paola Samuel para descobrirem os cuidados com o implante de cada um de vocês. Bom final de ano!", disse ele.



Confraternização

Assim que terminou a palestra da fonoaudióloga Paola Samuel, três pacientes contaram um pouco de sua história no mundo da surdez e a diferença de qualidade de vida pós-implante.

Mariane Lourenção, implantada em agosto deste ano, contou as dificuldades que passou até conseguir se formar em Medicina Veterinária e como foi imprescindível o apoio da família. "Sem meus pais, não teria conseguido chegar até aqui. O implante é um começo. E um bom começo porque consigo ouvir o barulho da chuva, do mar e até o canto do passarinho. Mas ainda tenho uma longa estrada a percorrer até compreender perfeitamente o que falam comigo", disse ela que tem leitura orofacial, ainda, como forma de comunicação.

Walter Khune Júnior foi outro que contou a sua trajetória como surdo. "Perdi a audição de repente. E pode ter acontecido por três motivos - quimioterapia, meningite ou antibióticos. Dormi ouvindo e acordei sem ouvir sequer a minha voz. Foi a minha esposa que descobriu o implante coclear. E o Grupo do HC. E lá fiz o primeiro e o segundo implante. Na época, eu trabalhava na MTV. Perdi o emprego e hoje trabalho coordenando os embaixadores da Cochlear em trabalhos junto a familiares e seus grupos de amigos. Costumo dizer que não somos deficientes como muitos pensam. Somos eficientes! A surdez não modificou a nossa inteligência. Ela existe e deve ser respeitada!", disse ele.

A última a se apresentar foi Samira Campos Feitosa, a mãe da garota Mel Caroline, que veio do estado do Tocantins para contar a história da filha. "Ela estuda em escola normal, está no 5º ano do Ensino Fundamental I e recebemos muito apoio dos professores. Todos escrevem na agenda como foi o dia dela e se apresentou algum tipo de desatenção para prestarmos atenção no funcionamento do aparelho. Eu não tenho palavras para descrever a alegria de ver a minha filha se comunicando com todos e participando de todas as brincadeiras. A Mel tem um desenvolvimento perfeito e estudar numa escola tão receptiva quanto ela estuda, ajuda muito na evolução dela. É um prazer estar aqui falando com todos vocês!", disse ela.

Depois dos depoimentos, as três empresas presentes - Oticon Medical, Politec / Cochlear e Advanced Bionics - sortearam brindes aos presentes e a festa seguiu até às 21 horas com muita conversa e fotos com todos. Um encontro muito festivo que se repetirá no ano que vem!