Coordenado pelo Prof. Dr. Richard Voegels e realizado pela Dra. Renata Pilan, o trabalho epidemiológico realizado durante dois anos pelo Departamento de Otorrinolaringologia do HC-FMUSP, foi o primeiro colocado no 24º Congresso Europeu de Rinologia.
"Recebemos vários elogios da editora-chefe da maior revista de Rinologia europeia e a nossa classificação foi um prêmio a um trabalho dedicado à população paulistana e brasileira", disse Prof. Dr. Richard Voelgels, coordenador do projeto.
A primeira colocação, para Dra. Renata Pilan, é um reconhecimento importante pela pesquisa que levou meses para ser concluída. "Antes de tomarmos essa iniciativa, todos os dados relacionados ao número de pessoas portadoras de rinossinusite em São Paulo eram feitas sobre os números mundiais. Depois da pesquisa em campo realizada em várias partes da capital paulistana, conseguimos mapear e dimensionar a proporção real do quanto essa doença atinge a população paulistana", explicou ela.
Doença & pesquisa
Para conseguir quantificar a porcentagem dos portadores de rinossinusite crônica em São Paulo, a equipe chefiada pela Dra. Renata Pilan sorteou várias bairros da cidade e foram entrevistar in loco dois mil moradores maiores de 12 anos. "O intuito era descobrir a presença da rinossinusite nos moradores da cidade e, desse número, chegamos a 5,5% da população visitada, uma quantidade que aplicada à capital paulistana ultrapassa 500 mil moradores o que é relativo a uma grande cidade do interior do estado", disse ela.
Segundo a otorrinolaringologista, o importante nessa pesquisa foi à descoberta desse número bastante significativo de portadores de rinossinusite a fim de criar políticas públicas de prevenção em saúde para auxiliar quem tem, ou pode desenvolver a doença. "A partir dessa pesquisa real, o HC-FMUSP poderá orientar médicos da assistência primária a encaminhar os doentes aos otorrinolaringologistas e pode ser discutidos planos de políticas de prevenção de saúde. Afinal, todos os portadores faltam em trabalho, tem a sua qualidade de vida prejudicada, gastam consideravelmente com remédios, tem secreção constante o que as deixam irritadas e geram alto custo para a saúde com exames e cirurgias e muitos casos podem ser solucionados desde que diagnosticados por otorrinolaringologistas para tratamentos ideais voltados a cada paciente", continuou a médica.
E finalizou: "Concorremos com trabalhos europeus bastante interessantes e acredito que o prêmio recebido pela nossa equipe reflete a importância do estudo da epidemiologia desta doença para podermos entender como ela se instala e pensarmos em como preveni-la".
O trabalho, que é o tema da tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação na área de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP está sob a orientação do Prof. Dr. Richard Voegels. O 24º Congresso Europeu de Rinologia - ERS-ISIN 2012 - foi realizado entre os dias 17 e 21 de junho, em Toulouse, França.
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