Mais um Professor Livre-Docente na Disciplina de Otorrinolaringologia
Com a aprovação do Dr. Luiz Ubirajara Sennes no concurso realizado no início de dezembro, agora são quatro os professores com livre-docência no Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP, ao lado dos Profs. Drs. Aroldo Miniti, Ossamu Butugan e Ricardo Ferreira Bento.
No longo trajeto acadêmico, a livre-docência pode ser considerada um dos mais árduos degraus dessa jornada. Na Otorrinolaringologia, tudo começa com 6 anos do curso de graduação em Medicina. Continua-se na pós-graduação senso lato, também conhecida como Residência Médica, que com 2 ou 3 anos de duração se propõe a formar um profissional especializado, habilitado para desenvolver suas atividades profissionais em toda sua plenitude. Uma minoria que se interessa pela pesquisa médica prossegue na pós-graduação senso estrito, que objetiva formar um pesquisador capaz de formular, planejar e desenvolver trabalhos científicos sob orientação (mestrado) ou independentemente (doutorado). Com esse grau de capacitação existe uma elite de médicos que desenvolve sua vida profissional acadêmica de ensino, pesquisa e assistência.
Porém, para os que pretendem se aprofundar ainda mais nessa longa jornada, dedicando-se ao ensino da pesquisa e da profissão, existe a livre-docência. Essa etapa, que o professor Luiz Ubirajara acaba de conquistar, é um concurso composto por cinco partes: prova prática (cirúrgica), prova escrita, prova didática (aula formal), julgamento do memorial (currículo circunstanciado) e julgamento da tese.
A tarefa não é nada fácil, ainda mais se levarmos em consideração que tudo isso acontece em apenas três dias. É certo que a tese e o memorial são preparados antecipadamente, mas as cinco provas são realizadas apenas durante esse período, sendo julgadas por uma banca de cinco professores. Nesse concurso, participaram da banca os Profs. Drs. Aroldo Miniti, Ricardo Ferreira Bento, Otacílio Lopes Filho, Marcos Mocelin e Onivaldo Cervantes.
O professor Luiz Ubirajara conta que no primeiro dia realizou a prova cirúrgica (turbinectomia endoscópica bilateral). No segundo dia foi sorteado o tema “paralisia facial” para a prova escrita, que se estendeu por cinco horas, com 22 páginas escritas à mão. Ao final dessa prova, foi sorteado o tema “sinusites” para a prova didática, que foi preparada em 24 horas. A maratona continuou no terceiro dia. A primeira tarefa foi ministrar a aula, e em seguida, realizar a leitura da prova escrita. Depois disso, sua tese e seu memorial foram submetidos a julgamento. “É uma maratona que mobiliza e muda a rotina de toda a família, e o apoio dos vários colegas de trabalho foi imprescindível para chegar ao meu objetivo”, diz.
Ufa! Depois de tantas etapas e obstáculos transpostos, finalmente, a recompensa: Dr. Luiz Ubirajara tornou-se Professor Livre-Docente. Apenas um título? Para ele e, certamente, para todos do meio acadêmico, ser livre-docente é muito mais que obter um título, é um reconhecimento do esforço que poucos profissionais estão dispostos a fazer a fim de melhorar a qualidade de ensino e de pesquisa de nosso país.